Friday, December 7, 2007

A escrita


por Jazzy aka 5 Elemento CEO


Sup Comunidade Hip-Hop, cá estou eu outra vez ! Depois de uma longa ausência venho deixar a minha contribuição através da escrita para a divulgação e crescimento da nossa cultura.


A escrita tem um poder muito grande, pelo facto de representar a transformação de todo o pensamento, ideias do Homem em matéria. O hip-hop representa também conhecimento e nada melhor que a escrita para transmitir esse conhecimento.


Escrita usada pelos mc’s quando fazem um brainstorming de ideias, para escrever uma letra. Alguns gastam mais tempo neste processo do que outros, mas o facto é que todos necessitam deste instrumento.


Alguns rappers não escrevem, as suas músicas são feitas com letras esporádicas. O que veio na cabeça naquele momento e de acordo com o swing do beat. Esta é uma qualidade de se invejar, e normalmente, todos aplaudem este tipo de mc’s.


Para mim, improvisar até que é bom, mas aprecio mais rappers que gastam mais tempo a rabiscar um verso para poder ter um resultado minimamente decente. Rappers que estão mais preocupados em criar uma estrutura lírica sólida.


Hoje em dia, este tipo de rappers esta a desaparecer. Os rappers preferem entrar no way do improviso ( ou decorram as letras em casa e vao spitar no studio sem notepad ). A geração estragada pelo “ I don’t write down my lyrics” do Jay-Z.


O que eles não sabem, é que o Jigga passou pela escrita e levou muito tempo até conseguir desenvolver a sua capacidade de escrever na mente e decorar todas as letras. É um processo que necessita de treino, pratica e muito tempo.


É admiravel a capacidade do Jay-z. Escrever não sei quantas músicas na cabeca e conseguir decorar todas. Ouvi dizer que a quando do Blueprint, gravou nove ( 9 ) músicas num fim de semana. É ralmente impressionante.


Mas, quando escutamos as suas músicas e analisamos as lyrics, da para perceber não foram trabalhadas. Falta algo nas letras, um tempero que é impossivel acrescentar se a pessoa não se senta, pega num note pad, uma caneta, e gasta uma ou duas horas a rabiscar as suas ideias.


O processo de escrita é muito importante no desenvolvimento do artista. Rappers como poetas urbanos, devem apegar-se cada vez mais a esta técnica arcaica, rupestre e cada vez mais moderna e importante no desenvolvimento do ser humano.


A escrita fará para sempre parte do Hip-Hop. Através dos rappers e dos escritores. Rappers pelos motivos ja mencionados. Escritores considero a nova legião que comecou a aparecer no mundo hip-hop através dos blogs, e principalmente colunistas de programas de rádio.


Falando em colunistas de programas de rádio, aproveito para mandar um abraço para Cremildo Bahule aka Keleza e mandar adqui os meus parabéns pelo lançamento do seu primeiro livro Carlos Cardoso: Um poeta de consciência profética.


Keleza é um escritor como todos sabem, e carrega a bandeira do Hip-hop por todo o lado. Sem medo de ser discriminado pela sociedade, em geral, e por outros escritores, em particular. No seu livro faz mencão sem se cansar de vários elementos que caracterizam a cultura Hip-hop.


Este texto foi escrito para homenagiar todos os indivídous que dão importância a escrita. Rappers - escritores como Rage ( sup ma man, quando é lancas uma cena?! ), Islo, Still, Flash, A-Small, e aos escritores de profissão e paixão como Keleza e Amarildo. ( Só para mencionar alguns! )


Para todos um big up e que continuem com a alimentar a vossa paixão.

Do Jardim para o Mundo – a Compilação brevemente nas ruas.

Thursday, November 15, 2007

Revolucao a Mixtape - Download


Num momento em que nos preparamos pra gravar e lançar um novo trabalho ( a compilação do Jardim para o Mundo), decidimos colocar a disposição do público a mixtape Revolução,lançada no início do ano.
De referir que este trabalho ajudou-nos a amadurecer e pensar e agir com mais calma. Algo que por mais que tentassemos ter, naquele momento foi absorvido pela ansiedade e fome de ver o trabalho nas ruas.
Este trabalho foi realizado de baixo muitas batalhas. Desde o responsável do estúdio em que o trabalho foi gravado e a serigrafia .Cometemos alguns erros que acabaram interfirindo no trabalho final.
Mas não foi só de guerras e brigas que este trabalho foi caracterizado, por de tras de tanta luta havia um ambiente de festa. Cada momento, desde as captações, impressões, design da capa, foi uma celebração. Todos estavamos empenhados em trazer algo bom para as streets.
O trabalho foi bem recebido. Infelizmente por razões ligadas por uma parte a uma má preparação dos canais de distribuição e promoção do trabalho, este não esteve ao alcance de muita gente, tendo sido consumido em grande parte por pessoas residentes na zona periférica da Cidade de Maputo.
Apesar dos contras, acabamos tendo mais prós e o job teve uma boa recepção. Deu para vender todas as cópias e fazer com o pessoal sentisse a nosso som e o que queremos trazer como nossa contribuição para o HH nacional.
Mas classificação do trabalho final fica por vossa conta.
O link para o download esta disponível no final do texto.
Curtam e deixem o vosso feedback sobre a cena.


Thursday, November 8, 2007

APARECER...?



Se olhares bem a humanidade verás que todos os homens querem ser notados e notórios pois, só é reconhicido aquele que faz algo. Uns fazem coisas para aparecer e outros aparecem por causas das coisas que estão a sua volta. Mas apesar de tudo "nós" aparecemos. Digo "nós", porque de uma ou de outra forma sempre aparecemos. Sim, isso é verdade porque, apartir do momento que nós nascemos já estamos na senda do aparecimento. O nascer já é aparecer. Digo "aparecer", pois mesmo não fazendo nada estamos condenados a aparecer como "aquele" que não faz nada. Então se queremos aparecer da melhor forma façamos coisas que dignifiquem o nosso aparecimento.
O parágrafo introdutório, nos remete a modelos convecionais do saber estar na música, não sendo relevante neste momento especificar o tipo de música [na próxima opinião - das sete que vou escrever - falarei especificamnte de Rap]. Se nos aperecbermos bem a música é um elo de comunicação, de diversão, de educação. Mas também pode ser um elo de divergências, pode ter um carácter imperialista, de tumultos e até de guerras (neste capítulo de marchas é só olharmos para as músicas que os militares cantam em continências quando querem invadir terras alheias). Os militares com músicas e som de orquestração, alegres cantam, mesmo sabendo que vão massacrar pessoas e fazer jorrar sangue em terras do vizinho [exemplo: Washington no Iraque; Tchaka Zulu, quando ia atacar os seus vizinhos cantava]. Se estamos na harmonia da construção estética, na harmonia da construção cultural de Moçambique, usando a música temos de repensar na linha que queremos seguir: música de construção ou música de guerra.
Este apelo não é dericionado a alguem especificamente, pois aqui não é o espaço para arranjar culpados, mas um lugar para construir alternativas, e traçar novas directrizes de actuação para o nosso crescimento como uma Nação culturalmente madura, que pode caminhar e construir com dignidade a sua própria Arte, e quiça a sua música. Meus irmãos de combate, a nossa intenção nesta luta evolucionista não é ceifar vidas com a nossa música, mas deixar um legado para os nossos filhos ou qualquer outra geração que anseia por referências.
Se acreditarmos nesta perspectiva, podemos apartir de agora, construir um legado músical pois, a Arte [música], é uma arma de unificação maciça.
Esta reflexão não pretende trazer verdades absolutas, mas sim uma forma de acreditarmos que podemos caminhar sem nos chocarmos, pisar ou insultar, porque temos todos o mesmo objectivo:aparecer da melhor forma possível na dignificação da música moçambicana.
Terminando, quero acreditar - pois tenho de acreditar no nosso projecto, no projecto de todos nós - que vamos apartir de agora pensar em melhores formas de aparecermos como artistas, de saber estar e de fazermos aparecer a nossa música. A luta é nossa. Se não atacarmos da melhor forma nesta batalha do aperecimento musical, continuaremos a ser atacados pelo samba e outros estilos orientais e ocidentais. Adiantemos enquanto o sol está do nosso lado pois, quando escurecer não conseguiremos erguer os escudos para nos defendermos culturalmente.
Paz. Força. A Luta Continua.

Cremildo G. Bahule a.k.a Kelesa

Monday, October 29, 2007

O Mc do Povo


Cá estou eu mais uma vez a postar algo para entreter o people e mostrar o meu ponto de vista em relação ao nosso tão amado hip-hop.
Vou tocar num ponto sensível para muitos e representa o papo da esquina nas ruas.
Se há algo que todos mc’s almejam alcançar é o reconhecimento por parte das ruas, tornar-se o “ mc do povo”; aquele que todos se identificam nele; aquele que arrasta multidões; o icon do nosso H-H; o nosso “Makaveli”. Como diriam os americanos:”street cred,money,power,respect…”
Cá vão alguns mc’s da praça ,que seleccionei pessoalmante ( é o que dá andar desocupado), e acho que podiam concorrer a esse posto:

100 Paus: Durante anos ficou na sombra do seu companheiro de rua ( Duas Caras). Sempre foi um bom mc,mas as ruas estavam mais preocupadas em ouvir o próximo insulto do Cara-Cara que não prestavam atenção no que ele dizia.
A quando da saida do Duas do gropo, muitos apostavam no fim da G-Pro. Mas esta foi a chance para Stu afirmar-se de uma vaez por todas como um dos melhores liricistas da praça.Voltou com um notável amadurecimento, conquistou as ruas, mas quando todos esperavam um àlbum…. népia!
O time esta a passar e não sei até quando as punches lançadas nos freestyles nas rádios e shows, vão mantê-lo no top! Mc do Povo…ainda não!

2 Caras: Era considerado por muitos, o melhor mc do país. Era o dono das ruas. “ Mas dançar xitchuketa foi como lançar a coroa p’ro chão”. Foi quase que excumungado pela comunidade Hip-Hop. Voltou pra G-Pro,mas não teve o impacto esperado ( a casa tinha novos donos). Até que um mc tuga mando-lhe um prop num track, e colocou-lhe na boca das ruas. Mas como parece que o nigga nasceu com o cú virado para a lua, uns palahaços lembraram-se de falar mal dele por todo lado e deram-lhe a chance de lançar um hot track, e agora há noticias de uma diss song para um tal “ mc gordo”?!( ta ai o link: www.zshare.net/download/4470303b7fa97b).
Mas falta muito para voltar a tornar-se o “mc do povo”.

AZAGAIA: Possivelmente o melhor liricista da praça. Ao lado de Escudo formava uma dupla mortal, era preciso ser um mad nigga para encara-lo num featuring. Alguns criticavam-nos pelo “Method Flow”. Hoje em dia, as marcas do Method reduziram e criou uma identidade própria. Encontra-se na sua melhor fase. Lancou as Mentiras das Verdades e libertou o que estava pre4so no peito de muitos moçambicanos. Babalaze tornou-se o àlbum mais esperado do ano.
Mas ultimamente, falando a sério, está cansativo ouvir sempre mensagens revolucionárias. Espero que àlbum não tenha uma vertente totalmente virada para a politica. Che Guevara do rap… não esta com nada!

FLASH: “ A vossa enciclopédia”. Fopi durante muito tempo, e para muitos, o underground King. Mas o pelople esta buzz demais no 2 Caras para reconhecerem o grande Flash. O time foi pasando e nada. Já que ninguém dizia, decidiu auto intitulsar-se : “the greatest of all times”. O problema é que tomou essa decisão na sua pior fase. Desculpem-me pela ignorância, mas no àlbum da Micro 2 a sua prestação foi… vamos lá esquecer este assunto!
Começou a gravar o àlbuma solo , e aluz voltou. A sua participação na compilação da Cotonete e os singles lançados mostraram um Flash revitalizadop e na sua melhor forma. Esperamos que este seja o seu ano.

K-REAL e SICK BRAIN: Street niggaz,viciados pelo rap. Passam muita energia no palco, fazem o people vibrar. Representam muito bem as suas cores e dá para ver que são muito reais no que fazem.
Têm as ruas com eles, mas nenhum deles é o Mc do povo.

FACE OCULTA: Eu sei! Eusei! Muitos estão a perguntar-se porque esta nome aparece nesta lista. Muitos anos no game, poucos tracks e a maioria irrelevantes nas ruas. Mas o poder que as ondas da rádio lhe dão é inegável. Influenciou muita gente por muito tempo. Hoje em dia o programa já não é o que era, porque as ruas mudararm e o HH Time continua o mesmo. A sua opinião já não é relevante e nobody give a fuck.

IVETH: Voz inconfundível com muita preesenca em palco. Inteligente e é a melhor female MC do país ( isso não está em discussão). Mas as ruas são machistas e estúpidas de mais para permitirem que um Mulher as represente.

3H: Sempre foi conhecido pelos seus freestyles. Mc com um parafuso a menos. Comecou a ganhar protagonismo ao lado de Bhono e Masta na B.O.C. Chamou atenção das massas em festurings com “mc’s e djs da Trio”.
Ganhou protagonismo quando entrou na G-Pro, e muita gente não entendia o que ele estava a fazer lá ( eu estava nesse grupo). Foi criticado por muitos que o achavam inconsistente e que muitas vezes se contradizia nas letras. Incompreendido por por pessoas que conseguiam ver onde a sua rima caia.
Conquistou e dominou as ruas com o 1o real classic do nosso HH: Bangalala. Não existe outra música de rap que tenha sido tão rodada como foi esta música. As ruas passaram a olhar para ele de forma diferente, a prestar atenção em tudo o que dizia ou fazia nos palcos: 2 micros, quase a pular para a multidão, não para de gesticular, voz viva que faz com que o people sinta o que ele diz.
As ruas estavam rendidas e pediam um àlbum, mas mais uma vez…népia ( acho que as nossas maiores labels estao a pensar cada vez mais na porra do cifrão).
O momento parecia estar a passar, porque não se ouvia mais nas ruas. Foi quando saiu a remix do Bangalala ( que não fez esquecer o clássico que é a original). Track na boca do povo por ser um comboio de rap stars. Mas rendição veio com o lançamento de 60’s .isto foi pior que Iroshima e Nagasaki.
Trez não faz parte do top 10 ou 20 dos liricistas moçambicanos, mas com certeza é o n° 1 das ruas. O mc que mexe com multidões, agita o people; o mc que mais props manda para as hoods de Maputo ( Mafalala, Benfica, Compone,etc). Até tenho vontade de conhecer “sua irmã e sua prima: Lili e Vivi”.
A G-Pro soltou tracks novos que com certeza agitarão as ruas. Mas agora faço uma aposta com todos os estão a ler este texto, que o track que as ruas vão perder a cabeça ao ouvi-lo será: Eu só peco volume de 3H.
Se aparecer um track com um buzz maior que esta música vou ter com o meu vizinho Electroide ( o serralheiro) e entrego a minha mão.
Se existe um mc em Moz que tem o coração das ruas,esse mc chama-se 3H : O MC DO POVO.

Wednesday, October 24, 2007

Do Jardim para o Mundo

Preve-se um Dezembro caracterizado por dias quentes, ceu limpo, sol radiante e muito suor pelas ruas do Bairro do Jardim { Cidade de Maputo}. Tudo devido ao anuncio pela Quinto Elemento label da gravacao de uma compilacao em que participarao rappers do block.
O objectivo da compilacao e apresentar para a comunidade hip-hop o que de melhor se faz no Bairro.
Muita gente ja ouviu falar deste bairro por bons e muitas vezes,infelizmente, por maus motivos { como o assassinato da rapper Fat Lara,r.i.p}, mas nada sabe sobre o movimento que existe .
Na compilacao estarao reunidos rappers com estilos e origens diferentes, desde undergound, hardcore a radio friendly niggaz.
Aposta-se na diversificacao de estilos com o objectivo de tentar mostrar a realidade do movimento no block, sem discriminacao ou tentativa de camuflar a realidade, deixando de lado alguns mcs.
Como podem imaginar nao vai dar para todos mcs participarem, por isso sera feita uma seleccao cuidadosa para ver se todos ficam representado.
Este sera o primeiro volume de uma serie de compilacoes que pretendemos lancar ate onde as gargantas nos levarem.
Os lancamentos desta label ( no inicio do ano foi lancada uma mixtape intitulada Revolucao) nao tem como fim a arrecadacao ou obtencao do lucro, o nosso principal objectivo sempre foi alcancar o numero de vendas que nos permita continuar a lancar iniciativas como estas.
Mais informacoes serao futuramente postadas neste espaco, para que todos possam acompanhar o processo de producao deste trabalho.

Quinto Elemento label

Numa conversa/debate de esquina entre 3 amigos, sobre o actual estado do Rap Moçambicano e da própria cultura Hip-Hop no país, chegaram a conclusão que apesar da cultura hip-hop estar a expandir-se no país em progressões quase geométrica, essa expansão não estava a acontecer de uma maneira saudável.
O rap que estava em voga era muito pobre { sorry bounce mcs }, caracterizado por letras com pouca consistência e muito bling-bling. E a maioria dos rappers demostram pouco ou nenhum conhecimento em relação aos alicerces que sustentavam esta cultura, a maioria repava porque fazer rap esta na “moda”.
No final da conversa concluiram, em unanimidade, que não podiam ficar de braços cruzados e assistir a “morte do hip-hop” como diz o Nas. Então decidiram criar uma label que tinha como missão fazer um rap consciente e direccionado para as ruas.
À quando da sua formação, a label era constituida por 3 elementos ( Still, o mc; Maskatte, o produtor e Jazzy que trataria da parte funcional). Mas, logo após a sua formação, surgiu a necessidade de incorporar mais rappers ( de preferência do mesmo círculo e que comungassem dos mesmos ideias ). Assim, entrou o Jay-C e o Slim Niggaz. Estes rapperes tinham em comum o facto de terem trabalhado ao lado do Still num grupo chamado “2+1 aka Comboio dos Duros”.

Conscientes das dificuldades que existem neste “mundo”, todos estavam prontos para dar o seu contributo à cultura que faz parte da vida de cada um dos elementos da label. Do bairro do Jardim, arredores de Maputo ( capital Moçambicana) para o mundo lançou-se a 5o. Elemento.
Hoje em dia, a label esta reduzida devido a saida do Slim Niggaz que esta a seguir a sua carreira como independente ( nao que antes nao fosse,hehe). Ja agora,aproveito e desejo boa sorte na sua luta ( tens talento Puto!).
Voltando ao main point .... criamos este espaco para atraves dele passarmos o nosso ponto de vista em relacao ao que acontece no mundo Hip-hop e na sociedade em geral.